Convergência/Mundo sem fio/

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Princípios gerais da convergência                  

Os conceitos básicos da convergência, em especial a concepção de integração entre voz, dados e imagens em numa infra-estrutura fixa ou móvel.
A revolução nas comunicações interpessoais propiciada pelo boom da Internet na década de 90 trouxe uma série de conseqüências benéficas. A nova rede utilizava uma infra-estrutura de telecomunicações já montada e sua popularização fez com que tanto empresas quanto consumidores finais começassem a exigir mais de outros meios de comunicação e dela própria. Este foi o motor que impulsionou a convergência tecnológica, que reúne as capacidades de telecomunicações, agora estendidas, aos recursos de TI (Tecnologia da Informação).
O conceito convergência surgiu como forma de abrigar a aproximação entre os dois mundos, possibilitada também pela acelerada digitalização das operadoras de telecomunicações, com uma premissa idêntica à filosofia digital que rege os equipamentos e sistemas computacionais. Uma possível abordagem sobre a convergência se resume na reunião dos ambientes de dados, voz e imagens em um único dispositivo. Não é uma visão errada, mas redutora, assim como defini-la como a integração entre as telefonias fixa e celular.
Certamente a idéia inicial de convergência data muito antes dos anos 90, se contarmos as primeiras experiências de videotexto e posteriormente o uso da plataforma Frame Relay, então limitada. Porém, somente com a maior capacidade técnica dos equipamentos, a popularização da Internet e o conseqüente advento do protocolo IP (Internet Protocol) é que podemos começar a falar dos primeiros passos concretos do que chamamos atualmente de convergência.
O sonho da integração de vídeo, voz e dados em um mesmo meio e utilizando apenas um ambiente de transporte já é realidade. Hoje em dia, manter uma infra-estrutura de telecomunicações em paralelo a uma estrutura de dados pode ser considerado um erro tático ou mesmo um pensamento retrógrado. Afinal, são inúmeros os reflexos visíveis na economia de recursos, pessoal e tempo para administrar e manter em operação uma rede convergente.
Não se pode ainda esquecer a tendência de os pulsos telefônicos deixarem de existir ou de as novas redes transformarem uma ligação internacional ou interestadual em pulsos locais. Isto sem falar na possibilidade de realizar videoconferências com imagem e som perfeitos no mesmo meio em que trafegam dados e recursos de voz. Ou ainda usar telefonia IP, ter acesso à Web em aparelhos de telefonia móvel ou streaming vídeo em notebook com conexão sem fio, por exemplo. Ou seja, o número de aplicações possíveis é quase ilimitado.

Radiografia da infra-estrutura

Tecnicamente pode ser complexo pensar na integração total pregada pela convergência, em que as redes de telefonia fixa e celular se confundem com a infra-estrutura das tevês por assinatura e o cabeamento de fibras ópticas opera em sintonia total e de modo transparente para o consumidor. Ou, ainda, em que a estrutura física de empresas de energia elétrica ou de satélites de comunicação participe de forma transparente da malha, com todos os meios trabalhando como uma rede única e convergente. A convergência é possível pelas novas características técnicas dos equipamentos, em conformidade com a plataforma NGN (Next Generation Network ou Redes de Próxima Geração), que podem ser interpretadas como a integração das redes WAN (Wide Area Network), LAN (Local Area Network) e MAN (Metropolitan Area Network), respectivamente, rede corporativa de longa distância, rede local e infra-estrutura pública.
A união dos recursos e do tráfego permite o compartilhamento do gerenciamento da rede, a manutenção mais acurada dos equipamentos e o desenvolvimento de aplicações adequadas para o novo cenário. Como toda tecnologia nova, os padrões ainda são recentes, entre eles o MPLS (Multiprotocol Label Switching) e o IPv6. Outra questão complexa é a migração dos sistemas legados – aqueles que a empresa já possui – para as novas plataformas NGN. Esse problema não afeta várias operadoras de telecomunicações brasileiras que, por terem partido do zero na montagem de suas redes, já são NGN ou estão bem próximas disso.
Já as operadoras que ainda possuem infra-estrutura pré-convergência estão com seus circuitos congestionados. Suas redes foram criadas para transmissão de voz e tomadas de assalto primeiro pelo mundo da Internet e agora pela nova filosofia de conexão. A transição a ser feita por elas é transformar os circuitos baseados em tempo de chamada para trafegarem sinais de dados em pacotes, o que pode ser feito através de novos equipamentos e de sistemas baseados em IP.
A balança de consolidação da convergência pende para a transformação das operadoras de telecomunicações em prestadoras de serviço e conteúdo, o que pode ocasionar no futuro uma mudança na regulamentação do setor, de acordo com o crescente peso dos clientes corporativos e sua demanda por novos serviços integrados.

Mundo sem fio

Além de conjugar as aplicações de voz, dados e imagem, a convergência tem como premissa a conjunção das redes, sejam elas sem fio ou cabeadas. Comentando as perspectivas da convergência no mundo wireless, Bill Gates, fundador da Microsoft, propôs a interligação sem fio de computadores com as tevês, como forma de exemplificar a seamless computing (computação sem emendas), ou a capacidade moderna de interligação entre dispositivos e equipamentos.
Como dispositivos wireless, podemos admitir de notebooks a telefones celulares e handhelds – até o caminho de transformar objetos do dia-a-dia, como fogões, geladeiras, etc., em aparelhos conectados e com recursos de voz, dados e imagem. Esse cenário não é um exercício de ficção. Assim como é cada vez mais rotineiro ver imagens e enviar fotos por meio de celulares, em um futuro próximo as tevês e outros aparelhos domésticos também terão essa capacidade.
E isto independe se o serviço é suportado por sistemas integralmente wireless, com apoio de redes cabeadas em algum momento, ou ainda que façam uso de satélites. O que serve não só para descongestionar as infra-estruturas atuais como barateia os serviços devido à diminuição do investimento necessário para a implementação.

O cenário convergente

Segundo estimativas das operadoras, a implementação de redes convergentes pode reduzir os custos de telecomunicações e TI em algo como 40% ou até mais, de acordo com o projeto e sua extensão. A economia maior está na manutenção e na equipe de gerenciamento, e estima-se acelerada redução de custos, se comparados ao modelo tradicional, associado às redes antigas, e tendo em vista a perspectiva de aumento de receitas e lucros com o lançamento de serviços diferenciados e mais baratos.
Outros gastos podem acabar encolhendo e propiciando uma boa economia, como em uma empresa com ampla cobertura geográfica que utiliza chamadas de longa distância. Afinal, com a introdução de uma aplicação de VoIP (voz sobre IP) ou FoIP (fax sobre IP), os preços dos interurbanos de voz e fax caem drasticamente pela tarifação como uma ligação local. Estudos de mercado apontam que 70% dos custos de envio de fax entre Estados Unidos e Ásia podem ser reduzidos com a adoção de FoIP, ao usar a infra-estrutura da mesma forma que a Internet, localmente.
Em comum, os serviços terão uma interface padronizada para os diferentes meios de recepção, sejam eles um telefone celular, uma tevê de plasma ou o computador. Pelo menos essa é a promessa da indústria. Enquanto isso, surgem modalidades de serviço que conjugam o melhor da oferta de serviços da convergência com a terceirização.
É o caso da Telefônica, que empacotou algumas aplicações de dados e vídeo, cuidando da segurança convergente do cliente e até mesmo sublocando PABX IP ou emulando remotamente o serviço. A maior demanda, no entanto, é por VoIP, tanto na plataforma Frame Relay quanto IP - com a definição técnica realizada por uma equipe de consultores da operadora.

Evolução do mercado

Não é errado afirmar que a transmissão de dados e imagens ainda tem uma receita marginal para as operadoras, em alguns casos de 10% do faturamento total. Porém, alguns estudos internacionais apontam que os serviços convergentes serão 60% do bolo até 2008. É um mercado que, segundo estudo da McKinsey, deve crescer anualmente a taxas de 60%, até representar um total de US$ 1 trilhão em 2010 – englobando a convergência como a conhecemos hoje e somando novos recursos advindos da biotecnologia (chips orgânicos) e da nanotecnologia (miniaturização de componentes).
Normalmente, a transição de ambientes rumo a um cenário convergente passa pela substituição da banda estreita pela banda larga; da evolução da infra-estrutura analógica pela digital; da substituição da comunicação fixa por móvel; da instalação de um ambiente mais competitivo de serviços; e da utilização em larga escala do protocolo IP, o que significa a mudança de comutação por circuitos para a transferência de pacotes.
No Brasil, são boas previsões de crescimento econômico e a oferta de serviços convergentes está em alta. As soluções convergência são uma forma de as operadoras de telefonia fixa melhorarem seus balanços e fidelizar os clientes corporativos, e um meio de as carriers celulares se diferenciarem uma das outras.
Fonte: http://www.nextgenerationcenter.com/V3/web/curso.php?curso_id=22&modulo_id=224
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